sábado, 27 de março de 2010

Boa Paz. Lá fomos nós para Boa Paz porque não tínhamos pressa em subir muitos quilómetros, porque era na costa e porque gostámos do nome. Simplesmente. A liberdade é total, as restrições são apenas económicas mas isso, em vez de nos constrangir, liberta-nos para um mundo só possível ao perguntar tudo a quem passa e a contar a nossa história.

Mas afinal a Boa Paz era um farol, lá longe na praia de Chidenguele. Pensámos mais curtas as distâncias e melhores as estradas. Chegámos bem tarde e bem desorientados, sempre às boleias e a perguntar pelos sítios baratinhos. Tivémos muita sorte. Não digo muita muita, porque muita muita estamos a ter agora aqui no Resort… Eheh, mas já lá vamos. A rapariga era bióloga, tinha este sítio com quartinhos à beira de uma lagoa a poucos quilómetros do mar (N’Kuasi) e deixou-nos montar a tenda mediante o pagamento daquilo que quiséssemos. Portanto lá fomos alimentar-nos decentemente, descansados… Sítio lindo, praia deserta, peixinho acabado de pescar para o almoço, comprado directamente ao pescador, a única vivalma num raio de quilómetros.

Muito giro, obrigada obrigada, bora mais para norte! Desta vez boleias em carrinhas de caixa aberta, polícias a pararem autocarros para nos deixarem entrar. Já não sabíamos outra vez onde ir e foi o coral desenhado no mapa, ao pé da praia de Závora que nos fez decidir. Até porque o pessoal do couchsurfing lá de Inhambane e Maxixe nunca mais respondiam. Desorientados, cansados e num cruzamento na estrada nacional ao pé da placa de Závora com um chapeuzinho de sol, refilava eu, refilona, que devíamos era ter ido para Inhambane logo, que ali não havia vivalma e parecia caro… E sorriu-nos mais uma vez a sorte.