quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sempre a caminho sem saber destino

Como prometido estamos aqui a tentar ser mais regulares nas - será da estrelinha em cima? - boas novas.

Depois daqueles banhos relaxantes lá tivemos que nos re-habituar à vida simples de mochileiros. Mas não queríamos deixar os limites do Parque Nacional do Bazaruto sem tentar arranjar um trabalho (especialmente para o Zé, eu adapto-me, basta-me estar em África). Mas a nossa vida simples não nos permitia estar nas ilhas, assim que viemos para Vilankulo, para o Baobab camping, onde não era caro, o ambiente era bem nice, e tínhamos uns dias para pensar na nossa vida e próximos caminhos. Conhecemos um pessoal bem bacano - o grande Omar, que tinha uma barraquinha de sopas no mercado local, os locals sempre atrás das miúdas loiras lá do Baobab, sempre a rir, o Bendito e a Ariana, e a Dominique e o Steven que foram connosco no dia em que fomos dar o passeio dos presentes de anos.

Sim, obrigada aos contribuintes!! O Zé foi fazer o seu desejado e prometido mergulho (que foram dois, um de manhã e um à tarde, para compensar a grande viagem de barco) e fê-lo num dos considerados melhores de África e do mundo, o Two Mile Reef. Eu colei-me e fui para para o snorkeling. O passeio, já de si, foi lindo! Vimos três grupos de golfinhos, bastante perto, uma tartaruga-de-couro e uma tartaruga-verde, uma manta pequena a saltar, praias desertas, de areia branca... Dentro de água foi impressionante mas já nem dá para explicar, e como não dá para fotografar, fica o conselho de experimentarem estes passeios! À tarde estive rodeada de centenas de peixinhos pequenos, e como não podiam ser tantos milhares, virei-me, contorci-me e percebi melhor. Estavam a rodear-nos, a mim e à Dominique, a dançar à nossa volta, por cima por baixo e em círculos à nossa volta. Mas nunca, nunca nos tocarem nem nos deixaram tocar-lhes.
Aqui para o pessoal da natura fica a lista do Zé!: moreias gigantes, de cerca de dois metros, vários merus de umas dezenas de quilos, mantas, peixe-leão (dragão), nudibranquios marados (lesmas coloridas)... etc! Isto numa floresta de corais, de todas as cores e formas. E cardumes, cardumes de peixinhos coloridos, de todas as cores, a vaguearem por ali.

Na rota a seguir, os nossos planos alteraram-se drasticamente. Perdemos o autocarro para a Beira, propositadamente. Era às 4 da manhã e nós não fizemos mal a ninguém! Assim que de manhã o destino já era outro. Vamos mas é para o Zimbabwe!! Apanhámos uma mítica boleia de camião, genial, uns bacanos, um conforto daqueles, e até entrámos na zona dos embondeiros! Teve que se subornar um par de polícias na passagem do rio em Vila Franca do Sade, a atravessar a ponte sobre o Sade. Ficámos numa cidade-cruzamento, Inchope, e depois de um pequeno-almoço farto - frango com batatas fritas, uma coca-cola e uma fanta - lá arrancamos, meio para o desconhecido, mas na boa, porque já tínhamos sabido que a situação no país estava estável e isso era tudo o que precisávamos. Desde esta cidade-cruzamento (cruzamento entre norte e sul de Moçambique e entre Zimbabwe e Beira) para lá, lá longe, nova fronteira, entrámos numa zona montanhosa, novidade até aqui. Impressinante mesmo. E o melhor foi chegar à cidade maior depois da fronteira, já no Zimbabwe, Mutare. Das cidades mais bonitas em que alguma vez estive. Rodeada por montanhas dos quatro lados. E com a vida da cidade, os bairros, as fábricas, as estradas, enfiadas e escondidas dentro das árvores e montes da paisagem...

Próximo capítulo brevemente, de que as imagens já estão uploadadas, mas que agora não dá porque temos um amigo à nossa espera!!

***************************Saudades*************************

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